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Situada a nordeste da conhecida e badalada Sharm el-Sheik, na Península do Sinai, entre a África e a Ásia

Blue Hole Mergulho Egito Dahab
Blue Hole Mergulho Egito Dahab

O lugar é simplesmente maravilhoso, rústico tenho que reconhecer, mas perfeito para a prática do mergulho livre. Eu já conhecia o balneário de Dahab, mas apenas de passagem, por isso mesmo decidi voltar e ficar mais tempo para poder treinar e conhecer as belezas locais.

No Egito, a cultura e o modo de viver das pessoas são muito diferentes do que no Brasil. Para começar aconteceram alguns contratempos logo na chegada. Primeiro, minhas malas não chegaram e ninguém tinha informações precisas sobre onde elas estariam. Chegando ao hotel, que fica a uma hora de táxi do aeroporto, minha reserva simplesmente não existia. Pior, o hotel estava fechado, pois era baixa temporada. Na escola de mergulho, meu nome estava na competição do final do mês, mas não constava nenhum treino agendado para mim nos próximos 15 dias. Depois de um dia só com a roupa do corpo, sem equipamentos de mergulho e sem poder treinar, os ventos sopraram em outra direção e tudo começou a melhorar. As malas chegaram e os treinos foram agendados. Eu, bem instalada no melhor quarto do hotel (para compensar), queria muito mergulhar.

Mergulho Egito Dahab
Mergulho Egito Dahab

Logo na chegada do tão esperado blue hole a imagem é absolutamente impressionante. Um azul de tirar o fôlego! Um buraco azul situado em um banco de corais, que tem 97 metros de profundidade e fica mais ao norte da cidade de Dahab. Tem ligação com o mar aberto por cima, com uma das bordas a 7 metros de profundidade. Por baixo tem um arco com até os 53 metros de profundidade, fazendo ligação direta com o fundo do oceano. Com isso o blue hole é bem iluminado e mesmo no fundo ainda é azul-claro.

Durante toda a jornada de treinamento no blue hole, o mar estava calmo, pouco vento na superfície, mas abaixo da linha d’água nada de corrente. Perfeito para a prática do mergulho livre de profundidade. Treinei forte por quatro dias até minha amiga Adriana Brandão, fotografa e atleta, chegar a Dahab para seguirmos treinando juntas até a data da competição. Ter uma companhia brasileira é tudo de bom, tenho muitos amigos estrangeiros, mas brasileiro é sempre muito mais animado.

Fizemos vários passeios por Dahab, pois além de mergulhos existem muitos atrativos. Desde andar de camelo e fazer um jantar beduíno no deserto, até passear pelo centro da cidade e ver a cultura e o comércio local.

 

Treinamos todos os dias neste blue hole e nós duas evoluímos muito bem. Dois dias antes do campeonato desci a 71 metros de profundidade, o que é mais fundo que o mergulho que programei para fazer em competição. Estava muito feliz, mas à noite comecei a sentir uma dorzinha de garganta. Como a Adriana é médica, receitou-me vários remédios para que eu não piorasse e conseguisse mergulhar. Infelizmente no dia de folga que fizemos antes da competição, minha garganta piorou e eu, além da dor, estava começando a tossir muito. Fiquei muito preocupada com a competição, pois a dor era suportável, mas a tosse não dava para controlar. Mesmo assim anunciei para o primeiro dia da competição os 70 metros como tinha planejado. Mesmo um pouco abatida fui confiante que tudo daria certo durante o mergulho. Os aquecimentos antes da prova foram muito bons, mas a tosse não parava durante minhas respirações. Tossi muito antes de começar a prova, a garganta estava irritada, senti vontade de tossir por volta dos 40 metros de profundidade. Decidi retornar à superfície e me preservar para tentar novamente no dia seguinte, sempre na esperança de melhorar.

Mergulho Egito Dahab
Mergulho Egito Dahab

Último dia de competição, acordei pior. A Adriana como médica me orientou a nem mergulhar. Mas expliquei que eu não conseguiria ficar fora da água somente olhando depois de todo o empenho para viajar e treinar neste maravilhoso lugar. Decidi tentar, afinal não tinha nada a perder. Mas foi em vão, desci até os 52 metros, senti vontade de tossir e retornei. Foi frustrante demais. Treinar tanto para na “hora H” não conseguir mergulhar! Aproveitei para identificar o que poderia ter feito melhor, para não cometer erros da próxima vez.

A viagem é espetacular, vale muito a pena conhecer o Egito e com certeza voltarei no ano que vem e mais vezes! Existem muitos outros pontos de mergulho espalhados pelo país: Sharm el-Sheik, alguns live aboards saindo mais do sul e já no continente africano como Marsalan e Hurghada. Toda a Península do Sinai é maravilhosa para o mergulho de todos os níveis, deste um simples batismo até mergulhos técnicos.

 

Como Chegar:

Alitalia – Air France – KLM – TAM  e Egypt Air a partir do Cairo.

 

Dica:

Todos os voos fazem conexão na Europa, por isso a dica é estender alguns dias na conexão da volta. Pode ser em Roma, Milão, Paris ou Amsterdã.

 

 

Por Carol Schrappe

CAROLINA SCHRAPPE é instrutora de mergulho, atleta de apneia, e possui uma agência de turismo – www.acquanauta.com.br – especializada em levar mergulhadores aos melhores destinos do planeta.

Fotos Adriana Brandão

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