A Semana Internacional de Vela de Ilhabela em sua 50ª edição homenageará o veleiro Atrevida, que completa em 2023 seu centenário. O barco projetado por Nataniel Herreshoff, um renomado arquiteto naval do final do século XIX, foi construído em 1923 e faz parte da história da modalidade no país.

Imagem: MCP Yachts / Divulgação

O veleiro Atrevida de 95 pés ou 29 metros está inscrito para SIVI entre os Clássicos para as regatas, que serão realizadas de 22 a 29 de julho no Yacht Club de Ilhabela (YCI), no litoral norte de São Paulo. O barco terá o comando do velejador Átila Bohm na Semana de Vela de Ilhabela.

A competição abre justamente com a tradicional regata Alcatrazes que passa a se chamar Alcatrazes – Barco Atrevida – por Boreste Marinha do Brasil. A travessia tem mais de 50 milhas náuticas.

”Da década de 1940 pra cá, o veleiro Atrevida é sempre um barco importante no cenário de regatas. Quando chegou, ele inicialmente seria um veleiro de regata, mas como era muito grande acabou virando um barco de passeio”.

”Eu cheguei nele em 2008, foi um desafio lidar com um barco desse tamanho. Os conceitos mudam muito, criando rotinas de trabalho e manutenção. Sempre tem alguém nos apoiando”, disse Átila Bohm, responsável pela equipe.

Imagem: Matias Capizzano

 São 14 tripulantes no veleiro Atrevida para correr a SIVI

O veleiro Atrevida tem peso de 90 toneladas, área vélica de 210m quadrados e 6 toneladas de tensão na adriça e escota, mais 5 velas balão de 530m quadrados e velocidade máxima de 12 nós.

Na Semana Internacional de Vela de Ilhabela, o homenageado Atrevida brigará com mais de 20 barcos da Clássicos pelo título do campeonato. Além de superar os adversários, os tripulantes do veleiro de 95 pés precisam estar atentos às manobras, já que um procedimento de contorno de bóia dura mais de 5 minutos. São 14 tripulantes escalados para correr a SIVI.

”O maior desafio que a gente enfrenta numa regata de barla-sota é a diferença de tamanho dos barcos. A nossa dificuldade é muito complexa, mas a gente treina muito essas manobras, estamos bem adaptados para regatas, mas colocar em prática não é fácil. O barco é bem pesado e difícil, temos que manter a comunicação redonda”.

O veleiro Atrevida estreou na Semana de Vela de Ilhabela em 2014. Sua única vitória foi em 2021 na Alcatrazes por Boreste, que agora leva seu nome.

A história do veleiro Atrevida

O Atrevida foi batizado no início de Wildfire e construído no Estaleiro Herreshoff, em Bristol, nos Estados Unidos. O barco, moderno para a época, se destacou nas regatas da Nova Inglaterra na década de 1920. Em 1946, o veleiro partiu dos Estados Unidos em direção ao Iate Clube do Rio de Janeiro (RJ), sob o comando do comodoro Jorge Bhering de Mattos, que o rebatizou de Atrevida.

Imagem: Matias Capizzano

O veleiro Atrevida recebeu visitas ilustres, incluindo rainhas, reis, presidentes e artistas internacionais na sua fase de ouro na então capital federal, que era o Rio de Janeiro. Anos mais tarde, quando estava sob posse de um grupo empresarial estrangeiro, o Atrevida quase afundou na Baía de Guanabara. Logo depois, foi abandonado em um estaleiro emNiterói (RJ).

Imagem: MCP Yachts / Divulgação

Em 2004, o barco ganhou vida nova! Auro Mourandrade e Manoel Chaves, do estaleiro MCP Yachts, convenceram Gilberto Miranda a revitalizar o modelo dos anos 1920 e reeditar a história de sucesso! O barco foi rebocado por um pesqueiro até Santos (SP) no estaleiro MCP Yachts.

Imagem: MCP Yachts / Divulgação

Com a ajuda do Museu Herreshoff e do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), o estaleiro obteve os planos originais do Atrevida de Bristol, sua cidade de origem. Uma equipe de profissionais embarcou em uma obra minuciosa, que durou mais de um ano.

Imagem: MCP Yachts / Divulgação

A restauração foi realizada com cuidado tanto no exterior quanto no interior do barco, visando trazer o Atrevida de volta ao seu projeto original. Em julho de 2005, após 14 meses de reforma, o veleiro foi lançado novamente, marcando seu renascimento.

Sobre a Semana Internacional de Vela de Ilhabela

Para a edição de 2023, estão convidadas as classes HPE30, ORC, Clássicos, C30, BRA-RGS, Bico de Broa, Multicascos, HPE25 e VPRS. Os mais de 100 barcos esperados para as regatas de julho participarão de provas em percursos variados ao longo da semana.

Além das competições, a Semana Internacional de Vela de Ilhabela também oferece uma série de atividades culturais e sociais dentro e fora do Yacht Club de Ilhabela, como shows, exposições e palestras.

A competição abre no domingo, 23 de julho, com a tradicional regata Alcatrazes – Barco Atrevida – por Boreste Marinha do Brasil. A travessia tem mais de 50 milhas náuticas e contorna a icônica ilha do litoral norte paulista. A organização fará, ao longo da semana, regatas de acordo com as condições de mar e vento, podendo ser no Canal de São Sebastião ou nas raias mais ao norte e ao sul da ilha.

As inscrições estão abertas no site oficial do evento

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Programação da Semana Internacional de Vela de Ilhabela

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