No inverno você não costuma usar muito o seu barco? Então deixe seu barco seguro e bem cuidado. 

Por Leo Suzuki – especial Revista Perfil Náutico

Inverno chegou e, para muitos, é hora de guardar o barco. Para que ele esteja perfeito e com excelente navegabilidade para os próximos passeios, serviços de manutenção devem ser realizados, mesmo quando o barco vai ficar parado. Por isso a escolha de uma boa marina é importante. Independentemente da hospedagem em vaga seca ou molhada, a limpeza do interior e do exterior, a manutenção periódica do casco, a necessidade de repintura e o check-up do porão são alguns procedimentos primordiais para assegurar o seu conforto e a vida útil de seu barco. Por isso fique atento aos principais quesitos para fechar o negócio.

 

  1. Limpeza: dentro e fora

Sempre que a embarcação retornar do mar, é necessário efetuar a limpeza externa. Quando estacionada na marina, a lavagem deve ser executada uma vez ao mês. De acordo com Carlos Henrique Nóbrega, responsável pela Marina Baiti, de Itapoá (SC), uma espuma macia com xampu náutico biodegradável é utilizada para não danificar a base de resina gelcoat e minimizar os danos ao meio ambiente.

“Solicite à marina as especificações técnicas do produto com a respectiva certificação e saiba quem é o engenheiro químico responsável para evitar o uso de produtos sem a devida garantia”, alerta.

Em relação à limpeza interna, para as embarcações cabinadas e com mobiliário, verifique o tipo de produto a ser utilizado conforme os materiais de acabamento interno. Nas embarcações sem mobiliário usa-se o próprio xampu náutico diluído em água. Para evitar fungos e mofo, é aconselhável expor o barco e os estofados ao sol para que a secagem seja completa. É ideal conferir se a marina tem espaço físico para tal procedimento.

 

 

 

2. O porãoda embarcação

O que normalmente é esquecido durante o processo de limpeza é o porão da embarcação.

“No recebimento de novas embarcações é comum encontrarmos porões em estado deplorável e é comum a infestação de baratas”, comenta Nóbrega.

O porão deve ser dedetizado anualmente. E na hora de fechar o negócio, confira se a marina executa este tipo de serviço.

 

3. MManutençãodo casco

Se a embarcação permanece em vaga molhada, é necessária a manutenção periódica do casco. A incrustação de cracas, limo e manchas está diretamente ligada às características da água. De acordo com Adrian Fuhrhausser, proprietário do Hotel Marina Canoa de São Sebastião (SP), embarcação que navega em água doce demanda menos manutenção.

“Na água doce geralmente cresce limo, que não necessita de procedimentos especiais. Basta borrifar cloro para ele sair.”

Com a água salgada, a tendência é que as incrustações evoluam mais rapidamente e, quando há constatação de danos ao gelcoat, é necessária a repintura da embarcação. Nestes casos, a tinta recomendada é a anti-incrustante, também conhecida como ‘envenenada’. A periodicidade da pintura depende da velocidade e intensidade de incrustação no casco.

 

E mais…

Além da forma de executar os serviços, da periodicidade e dos produtos utilizados, fique atento aos principais procedimentos que envolvem a colocação e a retirada da embarcação ao mar. Alguns detalhes técnicos asseguram o seu conforto durante a navegação!

 

4. Motor

É necessário fazer o adoçamento do motor sempre que a embarcação volta do mar. O procedimento deve ser realizado semanalmente, pois o funcionamento do motor neste prazo evita o entupimento dos bicos injetores.

Observe os procedimentos de pulverização e lubrificação do motor e do trim (motor com inclinação) para evitar riscos de emperramento. Veja o engraxamento das velas e dos polos da bateria e da suspensão da carreta. A pulverização do motor deverá ser executada com lubrificantes, sem petróleo, como vaselina líquida – ou silicone – para evitar o ressecamento das borrachas. Este procedimento deve ser realizado bimestralmente, protegendo o motor de arranque e a área de injeção durante a execução.

Adoçamento do motor

“Constate se as velas dos motores, os polos das baterias e o eixo do hélice foram engraxados com graxa náutica branca para evitar a oxidação”, recomenda Nóbrega. “O hélice, não engraxado, pode grudar no eixo, impossibilitando sua retirada, caso haja necessidade de troca.”

 

As carretas também são itens que demandam cuidados. Os equipamentos possuem peças metálicas que estão em constante contato com a água. Devem ser lavadas com água doce e engraxadas.

 

 

 

5. Abastecimento

Primeiramente, verifique se a marina possui a licença ambiental e o certificado de Posto Revendedor da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Certifique-se da procedência do combustível, pois o prazo de validade se esgota após três meses – perdendo a octanagem e produzindo uma borra que compromete o funcionamento do motor.

 

5. Na hora de fechar o negócio

Fique de olho nos documentos para formalizar os serviços da marina. A marina deve ter prontuário das embarcações onde são registrados todos os serviços efetuados, e estes encaminhados mensalmente ao proprietário junto com o boleto de pagamento. Verifique o contrato e ao regimento interno para checar se consta a totalidade dos benefícios propostos.

Visite pessoalmente algumas marinas para conhecer a infraestrutura, os profissionais e os serviços disponíveis. Saiba se é legalizada perante os órgãos ambientais, capitania dos portos e prefeitura, e cronometre o tempo para chegar até o local. Com a certeza de que seu barco está protegido e bem cuidado, aproveite todos os prazeres da vida a bordo!


 

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