O sul-africano Jordy Smith venceu a decisão do título do último desafio do World Surf League Championship Tour antes da etapa brasileira.

O paulista Caio Ibelli barrou o campeão mundial John John Florence com uma virada espetacular no último minuto da semifinal, mas não conseguiu superar o vice-campeão, Jordy Smith, na decisão do título do Rip Curl Pro Bells Beach. Os dois deram um show nas ótimas direitas de 6-8 pés da quarta-feira e o sul-africano ganhou a final por 18,90 a 17,46 pontos, para badalar o sino do troféu da vitória que não conseguiu no ano passado contra o australiano Matt Wilkinson. Mas, o brasileiro também festejou bastante no seu primeiro pódio em etapas do World Surf League Championship Tour.

“Esse é um evento que a gente tem no caderninho de querer ir pra final dele. As ondas estavam alucinantes o dia inteiro, tinha tamanho, tinha força, então foi um campeonato alucinante e não tenho nem palavras”, disse Caio Ibelli. “Quando eu era um pivetinho, o Jordy (Smith) já tava fazendo sessões de vídeo, então todas essas coisas somam e criam esse momento único que estou vivendo hoje (quarta-feira). Tenho uma equipe que trabalha comigo que me dá todo o suporte, me deixando confortável para competir em todas as condições e vamos pra próxima agora, ir lá pro Rio (de Janeiro) ver a brasileirada torcendo por nós lá”.

Jordy Smith of South Africa is the 2017 Rip Curl Pro Champion with Caio Ibelli of Brazil the runner-up. With their results Smith moves into World No. and Ibelli moves in to World No. 7 positition on the Jeep Leaderboard.

Outros três brasileiros competiram no último dia em Bells Beach. Adriano de Souza e Filipe Toledo perderam nas quartas de final e Wiggolly Dantas no duelo com Mineirinho na quinta fase. A próxima apresentação dos melhores surfistas do mundo é no Brasil, de 9 a 20 de maio em Saquarema, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Caio Ibelli tem 23 anos de idade e no ano passado recebeu o prêmio de melhor estreante da temporada. Ele foi apenas o terceiro brasileiro da história a decidir o título na etapa mais antiga do Circuito Mundial e subiu do 19.o para o sétimo lugar no ranking com o vice-campeonato no Rip Curl Pro.

A bateria final foi eletrizante. Jordy Smith começou imprimindo um ritmo muito forte, escolhendo boas ondas para largar na frente com notas 7,00, 9,10 e 8,53 seguidas. Caio Ibelli demorou para reagir, mas entrou na briga quando tirou 7,83 em sua primeira onda boa. Em outra melhor ainda, mostrou seu potencial com grandes arcos, alongando as rasgadas e atacando o crítico da onda com manobras mais explosivas para tirar 9,63 e passar a frente. Só que o sul-africano logo deu o troco com um surfe altamente veloz e progressivo para ganhar 9,77. Depois, ainda tira um 9,13 para selar a vitória por 18,90 a 17,46 pontos.

“Não consigo nem acreditar. Fiquei em segundo no ano passado e agora ser campeão é incrível”, disse Jordy Smith. “Quando eu tirei um 9, a pressão diminuiu um pouco, mas em seguida o Caio (Ibelli) continuou atacando e vi que tinha mais trabalho pela frente. Ele é um surfista incrível e surfou muito bem esse evento todo. Eu venho tentando ganhar este campeonato há 10 anos e conseguir agora é um sentimento incrível, um grande sonho se tornando realidade para mim. Depois de alguns anos sofrendo com lesões, sinto que as peças do quebra-cabeça estão se encaixando este ano. Minha esposa e minha família estão comigo e não poderia conseguir nada disso sem o apoio deles”.

VIRADA NO CAMPEÃO – Caio Ibelli festejou dentro do mar o vice-campeonato em sua primeira final no CT e numa etapa que aconteceu com altas ondas em todos os dias. Seu grande momento foi na semifinal com John John Florence. Ele começou forte com nota 8,90, liderando a bateria até o havaiano destruir uma onda com uma série de manobras que arrancou nota 10 de três dos cinco juízes e a média ficou em 9,93. Na seguinte tirou 7,50 e assumiu a ponta da bateria. Aí veio uma longa calmaria e outra série boa de ondas só entrou no último minuto. Florence tinha a prioridade de escolha e foi na primeira, mas a de trás era maior e Caio Ibelli aproveitou a chance para arriscar mais as manobras, atacando a onda até explodir a junção na finalização. A nota saiu 8,73 e virou o placar para 17,63 a 17,43 pontos.

O Rip Curl Pro Bells Beach foi transmitido pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo da WSL e no Facebook Live através da página da World Surf League no Facebook.

TOP-22 DO JEEP WSL RANKING 2017 – após as 3 primeiras etapas na Austrália:
1.o: John John Florence (HAV) – 23.000 pontos
2.o: Jordy Smith (AFR) – 19.200
2.o: Owen Wright (AUS) – 19.200
4.o: Adriano de Souza (BRA) – 14.400
5.o: Kolohe Andino (EUA) – 13.750
6.o: Filipe Toledo (BRA) – 12.200
7.o: Caio Ibelli (BRA) – 11.500
8.o: Joel Parkinson (AUS) – 10.950
9.o: Matt Wilkinson (AUS) – 10.250
10: Sebastian Zietz (HAV) – 9.750
11: Gabriel Medina (BRA) – 8.750
11: Ezekiel Lau (HAV) – 8.750
13: Kelly Slater (EUA) – 8.700
13: Connor O´Leary (AUS) – 8.700
15: Conner Coffin (EUA) – 8.500
16: Julian Wilson (AUS) – 7.500
16: Jeremy Flores (FRA) – 7.500
16: Jack Freestone (AUS) – 7.500
19: Michel Bourez (TAH) – 7.450
19: Mick Fanning (AUS) – 7.450
19: Frederico Morais (PRT) – 7.450
22: Italo Ferreira (BRA) – 6.200
———outros brasileiros:
23: Wiggolly Dantas (BRA) – 5.000 pontos
24: Miguel Pupo (BRA) – 4.000
24: Ian Gouveia (BRA) – 4.000
29: Jadson André (BRA) – 2.750
33: Jessé Mendes (BRA) – 1.750
39: Samuel Pupo (BRA) – 500

Fotos: @WSL / Kelly Cestari


 

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