Bicampeão olímpico sofreu com quebras no barco na estreia, mas superou  problemas no segundo dia do Miami Mid Winter, nos Estados Unidos. 

Após um dia de sábado marcado por sucessivas quebras no barco, Robert Scheidt considera que sua estreia na classe 49er aconteceu realmente neste domingo (15), no segundo dia do Miami Mid Winters, quando conseguiu completar todas as regatas. O bicampeão olímpico veleja ao lado do proeiro Gabriel Borges e usa a competição disputada no City of Miami Regatta Park, nos Estados Unidos, como preparação para a etapa de Miami da Copa do Mundo, de 22 a 29 de janeiro.

 

Sem enfrentar problemas com o equipamento, Scheidt e Borges começam a demonstrar entrosamento e evolução. O melhor resultado da dupla foi um 4º lugar, na segunda corrida do dia. Nas demais, cruzaram a linha de chegada em 9º, 7º e 12º. Com os resultados, os brasileiros ocupam a 12º colocação na classificação geral, com 97 pontos perdidos. A liderança é de Diego Botin/Santi López, com 24 pontos. No total, 17 barcos estão na disputa da classe 49er no Miami Mid Winters.

“O domingo foi um dia um pouco melhor, pelo menos conseguimos velejar sem nenhuma quebra no barco. Estamos evoluindo aos poucos e a participação no Mid Winters está sendo bem produtiva. Na verdade, o primeiro dia foi hoje (domingo), porque as quebras nos prejudicaram muito na estreia. Nesta segunda teremos mais duas regatas, depois vamos descansar dois dias para recuperar as energias e recomeçar os treinos para a World Cup”, disse Robert, que é patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex, com os apoios de COB e CBVela.

Mesmo sem quebras no barco inteiro, o segundo dia de competição em Miami não passou sem problemas.

“Como tenho dito, estamos em fase de adaptação, especialmente para mim, que nunca havia corrido de 49er. Um exemplo disso aconteceu na quarta e última regata de domingo, quando viramos e acabamos perdendo algumas posições. Mas acredito que isso está dentro da curva de aprendizado”, completou o maior medalhista olímpico do Brasil, com cinco pódios em seis participações nos Jogos.

 

Novo desafio – Após o quarto lugar nos Jogos do Rio de Janeiro, Robert decidiu, aos 43 anos, encarar o desafio de velejar em um barco maior, mais veloz e com estratégias diferentes das classes Star e Laser, que o consagraram no mundo do iatismo. Após a Mid Winter e a Copa do Mundo, ambas em Miami, a nova dupla pretende participar da Copa Brasil, em Porto Alegre e, a partir de abril, investir mais tempo em treinamento, desta vez na Europa.

O desafio na 49er abre a possibilidade de um novo ciclo olímpico até os Jogos de Tóquio.

“Sempre imaginei que a Rio/2016 fosse a minha última Olimpíada. Eu estava sem definição do que iria fazer quando o Gabriel me ligou perguntando se eu gostaria de testar o 49er. E pensei: ‘Por que não tentar uma categoria nova?’ Ainda tenho lenha para queimar e essa é uma nova motivação. Vamos em frente e deixar as coisas acontecerem até decidirmos se essa empreitada pode se transformar em ciclo olímpico”, contou o maior medalhista do Brasil em Jogos Olímpicos, com cinco pódios.

O recomeço no iatismo é encarado com tranquilidade.

“Vejo o 49er como um barco interessante e a ideia é velejar sem compromisso nenhum. Por enquanto, quero aproveitar o privilégio de fazer o que gosto, sem ambição de ser medalhista olímpico de novo. Até porque tenho uma montanha enorme na minha frente. Não tenho background nesse barco. E você toma muita surra no início. Mas estou gostando e o Gabriel é um excelente proeiro (ele fez dupla com Marco Grael no Rio-2016 e terminou em 11º lugar). O tempo vai mostrar até que nível podemos chegar e o próximo ano é decisivo”, afirma Robert.

Sem descanso – Os treinos na nova categoria começaram em novembro do ano passado, na Itália, mais especificamente no Lago di Garda, onde Robert mora com a família. A rotina tem sido exigido muito esforço físico.

“As exigências na 49er são diferentes em relação às minhas experiências anteriores. Na Laser, por exemplo, o trabalho é de resistência e alguma força. Agora, as pernas são muito exigidas, pois só se veleja em pé. É preciso velocidade para cruzar o barco. Você apanha muito no começo, mas estou gostando”, conta Robert, que convive com tombos, arranhões e apresenta os joelhos constantemente ‘ralados’.


 

 

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