O novo campeão mundial ganhou o título no desempate da maior nota contra o português Frederico Morais, que tirou a vaga de Tomas Hermes no G-10 com o segundo lugar em Haleiwa

O havaiano John John Florence brilhou em sua primeira apresentação em casa, depois de conquistar o título mundial da World Surf League. Ele surfou as melhores ondas em Haleiwa Beach nas quatro baterias que disputou na sexta-feira (18), para faturar o título do QS 10000 Hawaiian Pro. A decisão terminou empatada e a maior nota do campeão mundial garantiu a vitória sobre Frederico Morais, mas o português conseguiu o resultado que precisava para tirar a vaga do brasileiro Tomas Hermes na lista dos dez indicados pelo WSL Qualifying Series para a elite do CT 2017. O potiguar Jadson André parou nas semifinais e agora está junto com o catarinense e o paulista Jessé Mendes na porta de entrada do G-10.

Tomas Hermes é o 11.o colocado no ranking do QS, Jadson subiu da 22.a para a 12.a posição e Jessé saiu da zona de classificação para o CT em Haleiwa Beach, caindo do décimo para o 13.o lugar. Frederico Morais teria que ficar entre os dois primeiros do Hawaiian Pro para ultrapassar os brasileiros e conseguiu isso quase conquistando uma vitória inédita de Portugal no Havaí. Ele e o francês Marc Lacomare largaram na frente na grande final, recebendo nota 8,33 em suas primeiras ondas. John John começou com 6,83, mas ganhou 8,83 na segunda para atingir imbatíveis 15,66 pontos.

Depois, o havaiano não surfou mais nada e por pouco não perdeu o título. O mais incrível foi que Frederico Morais chegou a um centésimo da virada duas vezes, nas últimas ondas que pegou em Haleiwa Beach. Só que em ambas a média ficou em 7,33 e ele precisava de 7,34 para vencer o QS 10000 Hawaiian Pro. Ele apenas igualou os 15,66 pontos do havaiano, que levou o prêmio máximo de 40.000 dólares no desempate pela maior nota. O português faturou 20.000 dólares e ficou feliz pelo excelente resultado no Havaí. O francês Marc Lacomare também chegou perto da vitória totalizando 15,50 pontos, com o australiano Adrian Buchan ficando em quarto lugar com apenas 9,60 nas duas notas computadas.

“Este está sendo o melhor ano da minha vida, com certeza”, vibrou John John Florence. “Estou muito feliz por estar em casa, com minha família e amigos. Eu não poderia ter conseguido tudo isso sem minha mãe e meus irmãos me apoiando minha vida toda. E obrigado a todos aqui hoje (sexta-feira), que vieram a praia torcer e nos apoiar. Meu objetivo agora é ser um competidor cada vez melhor. Eu quero ganhar outro título mundial, adoraria vencer a Tríplice Coroa e quero ser campeão do Pipe Masters também. Eu quero ganhar tudo”.

Apesar de ser no desempate, a vitória de John John Florence premiou realmente o melhor surfista nas ondas de Haleiwa Beach. O havaiano vinha fazendo grandes apresentações desde a sua estreia como campeão mundial na ilha de Oahu. No último dia, só não fez o maior placar nas oitavas de final, mas nas quartas registrou os recordes da sexta-feira, com os 18,40 pontos que totalizou somando notas 9,30 e 9,10. Ele usou sua incrível variedade de manobras de borda e também completou aéreos sensacionais com um surfe ultramoderno e progressivo.

“O John John (Florence) é um surfista fantástico”, destacou Frederico Morais. “Eu estive com ele semanas atrás em Portugal, quando ele foi coroado campeão mundial e foi muito legal assistir tudo aquilo. Ele merece. É, provavelmente, o melhor surfista do mundo agora e é uma honra terminar uma final empatada com ele aqui no Havaí. O segundo lugar foi incrível também e me coloca em uma boa posição para me qualificar para o CT. Espero conseguir outro bom resultado em Sunset Beach (local da última etapa do QS) para concretizar esse sonho”.

O português Frederico Morais também se destacou e venceu a semifinal que tirou o Brasil da decisão do título do QS 10000 Hawaiian Pro. O potiguar Jadson André entraria no G-10 se passasse para a final, mas perdeu a última vaga nos minutos finais da bateria, quando o australiano Adrian Buchan surfou sua segunda onda que valeu 6,27. Jadson ainda teve uma última chance e até tirou a maior nota do confronto, 6,53, porém não foi suficiente para se classificar, sendo barrado pelo australiano por 11,50 a 11,36 pontos.

O brasileiro e o português são amigos e já haviam se enfrentado no Hang Loose Pro Contest 30 Anos em Florianópolis (SC), onde Jadson André eliminou Frederico Morais nas quartas de final. Na sexta-feira em Haleiwa, eles competiram juntos duas vezes. A primeira foi novamente nas quartas de final e o potiguar ganhou de novo, mas o português impediu uma segunda dobradinha verde-amarela de Jadson com o paulista Victor Bernardo em Hawaiian Pro. Frederico passou em segundo para as semifinais, quando vingou a eliminação no Brasil para o potiguar que tenta garantir sua permanência no CT entre os dez indicados pelo QS.

A lista que tinha três brasileiros, agora só tem dois, o pernambucano Ian Gouveia em sétimo lugar e o baiano Bino Lopes em oitavo. O português Frederico Morais foi o único que entrou no G-10 no primeiro desafio da Tríplice Coroa Havaiana, mas o ranking do WSL Qualifying Series agora tem um novo líder, o australiano Connor O´Leary, que dividiu a quinta posição no Hawaiian Pro com Jadson André. Também derrotados nas semifinais, o francês Joan Duru e o australiano Davey Cathels ficaram empatados em sétimo lugar.

CONFIRMADOS NO CT 2017

Com os 5.100 pontos recebidos, Joan Duru assumiu a segunda posição no ranking e confirmou de vez sua classificação para a elite dos top-34 da World Surf League que vai disputar o título mundial do ano que vem. Além dele, mais quatro também já garantiram suas vagas no G-10 do QS, o novo líder Connor O´Leary, o norte-americano Kanoa Igarashi com a vitória no Hang Loose Pro Contest 30 Anos, o australiano Ethan Ewing e o italiano Leonardo Fioravanti. Os cinco já ultrapassaram a barreira dos 20.000 pontos no ranking.

Quem está mais próximo de atingir esta marca agora é o francês Jeremy Flores com 19.450 pontos. Os brasileiros vêm logo abaixo dele, Ian Gouveia com 18.410 e Bino Lopes com 17.900. E os mais ameaçados na batalha pelas últimas vagas para o CT 2017, que será travada no QS 10000 Vans World Cup of Surfing, a partir da próxima sexta-feira (25) em Sunset Beach, são o australiano Ryan Callinan em nono lugar com 16.250 pontos e o português Frederico Morais em décimo com 16.010.

Os principais concorrentes deles são três brasileiros que estão na porta de entrada do G-10, o catarinense Tomas Hermes com 15.750 pontos, o potiguar Jadson André com 15.200 e o paulista Jessé Mendes com 14.960. Outro paulista, Deivid Silva, chegou no Havaí em 11.o lugar no ranking, mas não foi bem em Haleiwa e despencou para 16.o com 14.680 pontos. Entre os brasileiros, estão o norte-americano Evan Geiselman, em 14.o com 14.850, e o havaiano Ezekiel Lau, em 15.o com 14.700.


 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here